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Gigante do agro em crise: Grupo Safras e família Rossato pedem Recuperação Judicial de R$ 2,2 bilhões

  • Foto do escritor: Equipe Sergio Schmidt Advocacia
    Equipe Sergio Schmidt Advocacia
  • 6 de abr.
  • 3 min de leitura

Olha só que bomba no agronegócio mato-grossense! Depois de tentarem, sem sucesso, suspender as execuções de suas dívidas para estabelecer negociações extrajudiciais com os credores por meio de mediações, o Grupo Safras e a Família Rossato protocolaram na última semana pedido de recuperação judicial para renegociar dívidas que ultrapassam a impressionante marca de R$ 2,2 bilhões.

Estamos falando de um dos maiores pedidos já registrados na história do Mato Grosso, envolvendo empresas e pessoas físicas que são verdadeiros pilares do agronegócio na região norte do estado.


QUEM SÃO OS ENVOLVIDOS?

A recuperação judicial envolve um complexo conjunto de empresas entre armazéns gerais, plantas industriais, indústrias de biocombustíveis e pessoas físicas. Entre os principais nomes estão:

  • Diversas empresas do grupo Safras (indústria e armazenagem)

  • Pedro de Moraes Filho

  • Dilceu Rossato (ex-prefeito de Sorriso/MT)

  • Cátia Regina Randon

  • Caroline Randon Rossato Morais

  • Luiz Eduardo Randon Rossato

  • Renan Alesy Morais

  • Stella Mari Bonatto Moraes

O pedido propõe uma consolidação processual, o que significa que todas essas empresas e produtores rurais terão seu processo de recuperação tramitando em conjunto na 4ª Vara Cível da Comarca de Sinop (processo nº 1007134-62.2025.8.11.0015), mas mantendo a independência de seus ativos e passivos.


UMA RECUPERAÇÃO JUDICIAL COM DOIS PLANOS DE RECUPERAÇÃO

Embora a petição inicial deixe claro que as sociedades empresárias e empresários rurais envolvidos não estão requerendo a consolidação substancial (apresentação de um mesmo plano de recuperação judicial para todos) os requerentes informam que planejam apresentar dois planos de recuperação distintos:

  1. Um plano para o chamado "núcleo Safras", composto pelas empresas Safras Armazéns Gerais Ltda e suas filiais, Safras Agroindústria S/A e suas filiais, Safras Indústria e Comércio de Biocombustíveis Ltda, RD Armazéns Gerais Ltda, Armazéns e Cerealista Guarita Ltda, D&P Participações Ltda, além dos produtores rurais Pedro de Moraes Filho, Dilceu Rossato e Stella Mari Bonatto Moraes.

  2. Outro plano para o "núcleo Rossato", reunindo as empresas Agro Rossato Ltda, Rossato Participações Ltda, e os produtores rurais Cátia Regina Randon Rossato, Luiz Eduardo Randon Rossato e Renan Alesy Morais.


E POR QUE CHEGARAM A ESSE PONTO?

Os problemas que levaram o grupo a essa situação são múltiplos e contém muito do que é comum nos demais pedidos de recuperação judicial de produtores rurais protocolados no país. Vejamos:

  • Queda brutal no preço da soja em 2023/2024, que afetou a rentabilidade de toda a operação

  • Aumento dos custos de insumos agrícolas, pressionando as margens de lucro

  • Dificuldade crescente para acessar linhas de crédito

  • Problemas na implantação de um novo sistema informatizado de gestão

Além disso, um fator decisivo foi a aquisição da COPAGRI (Comercial Paranaense Agrícola S/A) em 2023, que trouxe para dentro do grupo mais de R$ 500 milhões em dívidas.

Outro elemento que agravou a crise foi o pedido de reintegração de posse da unidade industrial de Cuiabá/MT, arrendada pelo grupo Safras e pertencente à massa falida da Olvepar.


QUEM SÃO OS PRINCIPAIS CREDORES?

Entre os maiores credores do grupo instituições financeiras e fundos de investimento. Vejamos os mais relevantes:

  • Banco do Brasil SA – R$ 304 milhões

  • Bravano Fundo de Investimento – R$ 284 milhões

  • Flowinvest Securutizadora – R$ 113 milhões

  • Sicoob Credisul – R$ 103 milhões

  • Olivera Trust – R$ 92 milhões

  • Caixa Econômica Federal – R$ 71 milhões

  • Danielle Fundo de Investimento – R$ 50 milhões

  • Banco Bradesco – R$ 43 milhões

  • Banco Santander – R$ 39 milhões

Mas não são só os bancos e fundos de investimento que estão com a corda no pescoço! A dívida total de R$ 2,2 bilhões inclui muitas empresas pequenas e médias, com valores relevantes. Isso pode gerar um efeito cascata na economia regional, já que muitos fornecedores do grupo podem também entrar em crise financeira pelo não recebimento dos créditos que possuem.


 E AGORA?

O pedido de recuperação judicial ainda está em fase inicial e não foi analisado pelo juízo. Se for deferido, o grupo empresarial e familiar terá 60 dias para apresentar os planos de recuperação judicial detalhados com as propostas de como pretende pagar seus credores.

Este caso promete movimentar o cenário econômico e jurídico de Mato Grosso pelos próximos meses, especialmente pelo volume financeiro envolvido e pela importância das empresas para a economia local e regional.



Acesse a lista completa de credores no link abaixo:


 
 
 

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