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Fim da Linha: Justiça decreta falência da Editora Três após descumprimento do Plano de Recuperação Judicial

  • Equipe - EmpresaemCrise.com
  • 6 de fev.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de fev.


A tradicional Editora Três, responsável por publicações emblemáticas como IstoÉ, Dinheiro, Dinheiro Rural e outras, teve sua recuperação judicial convertida em falência. A decisão foi proferida pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 30 de janeiro de 2025, após a empresa não cumprir as obrigações estabelecidas no plano de recuperação.



O que levou à falência?

A Editora Três ingressou com pedido de recuperação judicial em 2020, sob a justificativa de que a crise no setor editorial, especialmente na mídia impressa, comprometeu suas finanças. No entanto, mesmo após a aprovação do plano em 2021, a empresa não conseguiu honrar seus compromissos, levando diversos credores a denunciarem o descumprimento.

Entre as principais falhas apontadas pela Administradora Judicial estão:

  • Não pagamento de credores trabalhistas: Pelo menos 57 credores que forneceram seus dados bancários ficaram sem receber um total de R$ 2,5 milhões, e outros 475 credores trabalhistas não receberam absolutamente nada, somando um passivo de R$ 18 milhões.

  • Débitos fiscais em aberto: A empresa também descumpriu transações tributárias, essenciais para a reestruturação financeira prevista no plano de recuperação.

  • Salários em atraso e inadimplência com credores quirografários: Além dos passivos trabalhistas e fiscais, houve falta de pagamento de fornecedores e obrigações correntes, agravando ainda mais a situação da companhia.

Diante desse cenário, e sem qualquer ação concreta para reverter os atrasos, a Justiça não teve alternativa a não ser decretar a falência da empresa, com base no artigo 73, inciso IV, da Lei 11.101/2005.


O que acontece agora?

Com a falência decretada, inicia-se um novo processo judicial, no qual a Administradora Judicial, a RV3 Consultores Ltda., ficará responsável por liquidar os ativos da editora e distribuir os valores arrecadados entre os credores. Entre as providências já determinadas estão:

  • O bloqueio de contas bancárias e bens da empresa;

  • A arrecadação e avaliação dos ativos para posterior venda;

  • A intimação da Receita Federal, Banco Central e Detran para levantamento de patrimônio e possíveis débitos fiscais;

  • A suspensão das execuções e ações contra a empresa, centralizando os trâmites na falência.

A partir de agora, credores devem acompanhar o edital de falência para verificar prazos e procedimentos para habilitação de seus créditos.


O fim de uma era?

A Editora Três marcou época no jornalismo brasileiro com reportagens investigativas, cobertura política intensa e publicações empresariais com estilo próprio. No entanto, seu modelo de negócios não conseguiu se adaptar à transformação digital e à nova dinâmica do mercado editorial. O resultado? Um passivo bilionário e uma crise sem precedentes que culminou na sua quebra definitiva.

Ainda não está claro o impacto da falência sobre as publicações da editora. Nos próximos meses, o destino das marcas da companhia dependerá do desfecho do processo falimentar e do interesse de possíveis compradores.

A falência da Editora Três reforça um alerta para empresas de todos os ramos de atividades: a necessidade de inovação e adaptação às novas realidades do mercado.

Para as empresas em recuperação judicial que ainda tentam sobreviver, fica o aprendizado de que uma reestruturação financeira eficaz depende de um planejamento rigoroso e, acima de tudo, de execução eficiente.


Fique atento para mais atualizações sobre esse caso e outras empresas em crise.


Acesse no link abaixo a decisão de decretação da falência


 
 
 

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