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Falência continuada da TEKA: O que isso significa para a empresa e seus credores

  • Foto do escritor: Equipe Sergio Schmidt Advocacia
    Equipe Sergio Schmidt Advocacia
  • 3 de mar.
  • 2 min de leitura

Depois de uma década tentando se reerguer, a Teka, tradicional fabricante de artigos de cama, mesa e banho, teve sua falência continuada decretada pela Justiça. A decisão foi tomada pela Vara Regional de Falências e Recuperação Judicial de Jaraguá do Sul, encerrando um ciclo de 13 anos de recuperação judicial sem sucesso. Mas, ao contrário do que muitos podem imaginar, a empresa não terá suas portas fechadas imediatamente.


O que significa falência continuada?

A falência continuada é um modelo que permite que a empresa continue operando até que seu patrimônio seja liquidado e os credores sejam pagos. Ou seja, a Teka seguirá produzindo, mantendo os empregos e cumprindo contratos, enquanto o processo de arrecadação e venda de seus ativos é conduzido pela administração judicial. A expectativa é que essa estratégia preserve o valor da empresa e facilite a sua venda como um todo, aumentando as chances de quitação das dívidas.


Por que a falência foi decretada?

A Teka acumulava um passivo que ultrapassa os R$ 4 bilhões, sendo R$ 2,5 bilhões em dívidas tributárias e mais de R$ 300 milhões em dívidas trabalhistas. Apesar dos esforços da gestão judicial, a empresa não conseguiu encontrar uma solução viável para saldar os débitos dentro do processo de recuperação judicial. O magistrado Uziel Nunes de Oliveira destacou em sua decisão que, embora a companhia tenha se mantido operante e competitiva, a realidade financeira inviabilizou sua recuperação.


O impacto para os credores e trabalhadores

Com a conversão do status de recuperação judicial para falência, os credores agora terão acesso ao patrimônio completo da empresa. A ideia é que a venda dos bens ocorra em blocos, incluindo fábricas, maquinário e a própria marca Teka, permitindo que a indústria continue funcionando até a conclusão do processo falimentar. O modelo também protege os trabalhadores, garantindo que os cerca de 2 mil funcionários não percam seus postos de trabalho de imediato.


Venda da empresa: próximos passos

Agora, o processo de falência entra na fase de arrecadação e avaliação dos bens, que posteriormente serão vendidos em leilão. O objetivo é maximizar o valor dos ativos para que os credores sejam pagos dentro da ordem legal de preferência. Trabalhadores com créditos trabalhistas terão prioridade nos recebimentos.

Segundo a administração judicial, manter a Teka em operação durante esse período é uma estratégia para atrair compradores interessados na continuidade do negócio. A falência continuada aumenta as chances de venda da empresa como um todo, preservando empregos e aumentando os valores arrecadados para os credores.


Uma solução para uma história longa e turbulenta

O caso da Teka é um dos mais emblemáticos do Brasil no setor de recuperação judicial. Desde 2012, a empresa tentava se reestruturar financeiramente, sem sucesso. Com a falência continuada, a Justiça busca uma solução definitiva para os credores e um caminho viável para que a marca continue existindo no mercado.

A falência não significa o fim imediato da Teka, mas sim o início de uma nova fase, na qual a empresa poderá ser adquirida por um novo investidor ou ter seus ativos liquidados da forma mais eficiente possível. Para os credores e trabalhadores, a esperança é que essa solução traga um desfecho mais favorável do que anos de incertezas sob a recuperação judicial.


 
 
 

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